Laboratório uruguaio criou kit para transportar e armazenar amostras da COVID-19

A contribuição da Aravanlabs já está prestes a ser exportada para vários países da América do Sul e Central.
Data de publicação: 27/04/2020
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Mais uma vez, o talento uruguaio demonstrou sua capacidade e habilidade de criar soluções em tempos complexos. Apenas duas semanas após o primeiro diagnóstico da COVID-19 no país, a empresa de biotecnologia Aravanlabs desenvolveu um kit para transportar e armazenar amostras deste vírus. É um meio de transporte viral, um tubo contendo condições adequadas para manter a amostra retirada de um esfregaço nasofaríngeo das possíveis pessoas infectadas.

Com a chegada da pandemia e como resultado da alta demanda durante a crise sanitária, esses kits, que geralmente chegavam ao Uruguai e a outros países dos Estados Unidos e Europa, começaram a ser produzidos em larga escala nos países asiáticos. Entretanto, devido à alta demanda interna, os países aplicaram regulamentações protecionistas que impediram a exportação de insumos associados à COVID-19.

Na última semana de março, com o aparecimento da doença no Uruguai e devido à demanda nacional e internacional, a Aravanlabs começou a desenvolver o kit e em 30 de março realizou a primeira avaliação para ver se a produção era viável. Até 9 de abril, eles fizeram o primeiro lote de produção de 36 tubos, que foi entregue ao Instituto Pasteur para realizar testes PCR, a técnica de biologia molecular utilizada para detectar o vírus.

"A amostra deve permanecer por 48 horas no caldo contido neste tubo e então o ensaio é realizado (...) Estamos nos baseando em uma formulação promovida pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos. É um protocolo que é recomendado e já validado em outros países" disse a bióloga, fundadora e CEO da Aravanlabs, Laura Macció.

Mais de 15 instituições de saúde públicas e privadas uruguaias, localizadas em Montevidéu, Durazno, Maldonado, Lavalleja e Paysandú, adquiriram o kit. O pedido interno é mais de 3.000 e há países como o Equador que solicitaram até meio milhão de kits.

"Estamos adaptando toda a linha de produção para poder fornecer a maior quantidade possível, sempre de acordo com a demanda", informou Macció. No início eles produziam 500 kits por dia, mas o biólogo estima que a médio prazo eles poderiam chegar a 3.000 unidades por dia.

A Aravanlabs tem atualmente um contrato de distribuição com a Eubiosis para o setor de saúde no Uruguai e um acordo de exportação para o Chile, Argentina e Brasil. Além disso, a empresa tem um acordo com um agente comercial, no âmbito do projeto +internacionalização que começou junto ao Uruguai XXI através do programa ProExport + para exportar para o Paraguai, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e os países da América Central.

"Houve uma escassez destes kits devido à grande demanda no exterior. Para nós significa contribuir do nosso lado com uma solução neste momento de pandemia. Por outro lado, como empresa, nos permite atingir nosso primeiro objetivo, que é manter os empregos", refletiu.

A Aravanlabs é uma empresa de biotecnologia, pioneira na produção de insumos e na prestação de serviços de controle microbiológico. Além disso, introduziu o conceito de mapeamento microbiológico que é aplicado nas indústrias alimentícia e farmacêutica. A empresa oferece mais de 100 produtos e mais de 70 serviços de controle e está em processo de internacionalização.

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