O país que conduz a segunda fase de sua transição energética com hidrogênio verde 

O hidrogênio (H2) se transformou em um arrastador de multidões quando se fala em descarbonização. Ele pode ser usado como um novo transportador de energia para aquecimento doméstico, mobilidade, produção de fertilizantes e para armazenar uma grande quantidade de energia. Ele é produzido separando-o do oxigênio na água usando um eletrólito. Ao realizar este processo com energia renovável, o hidrogênio verde é obtido. Assim, produz-se uma molécula que será a chave para a descarbonização.

A maioria dos países começou a trilhar este caminho de descarbonização visando a emissão zero de gases de efeito estufa até 2050. A América Latina não é estranha a este objetivo. A este respeito, o Uruguai se destaca na indústria do hidrogênio.

O Uruguai é conhecido por sua estabilidade e facilidade de fazer negócios. O país tem se classificado continuamente em primeiro lugar na América Latina e no Caribe em índices relacionados à confiabilidade, tais como o Índice de Democracia, Estado de Direito e Baixa Corrupção. Da mesma forma, o país oferece tratamento igual para investimentos estrangeiros e locais, enquanto não há contraparte local necessária para iniciar um negócio. O mercado de câmbio é livre e não há restrições para a repatriação de lucros. Além disso, há apenas um sistema fiscal nacional abrindo caminho para uma fácil entrada no país. Isto faz o banco de sementes perfeito para investimentos baseados em capital, como a produção de hidrogênio.

Você pode se perguntar por que o Uruguai partiu para esta jornada específica. Uma coisa é certa, não é mera coincidência. O Uruguai tem recursos naturais que permitiram ao país desenvolver a primeira etapa da transição energética que conseguiu criar uma matriz elétrica limpa, já que 97% dela consiste em energias renováveis (energia hidráulica, eólica, solar e biomassa). Estas fontes renováveis podem ser complementadas ao longo do dia ou entre estações do ano.

Com acesso ao Oceano Atlântico, o Uruguai possui rotas adequadas, ferrovias com acesso ao porto e uma rede de rios e estradas que permite melhor competitividade para o transporte.

Além disso, o país promove este tipo de indústrias com incentivos fiscais. As zonas de livre comércio, a Lei de Promoção de Investimentos e muitas outras criam um poderoso esquema de incentivos. Na verdade, a produção de hidrogênio verde foi recentemente introduzida na Lei de Promoção de Investimentos e deve ser considerada "fabricação de alta tecnologia". Desta forma, os projetos de hidrogênio verde obterão a pontuação máxima para ter acesso a uma isenção maior do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica.

Isso não é tudo. O governo promoveu este setor e a transição energética ao abrir um chamado para desenvolver projetos de H2 através de um fundo de 10 milhões de dólares que apóia projetos de até 10 anos de construção, produção e diferentes aplicações do H2 verde como transporte pesado, e-metanol, e-querosene, fertilizantes verdes e misturas com gás natural. A chamada, aberta de 8 de abril a 24 de maio, considerará projetos com potência superior a 1,5 MW, e estes terão que estar funcionando até 2025.

Por tais meios, o Fundo de Hidrogênio e os incentivos específicos são os abridores de portas para muitas empresas prosperarem neste setor, fornecendo hidrogênio para o mercado local e o mundo. Estes são apenas os primeiros marcos do Roteiro do Hidrogênio Verde que está atualmente em processo de validação para ser publicado em breve.

Em resumo, é assim que o mundo, incluindo um país pequeno mas promissor como o Uruguai, ao promover estas políticas, traz um futuro limpo cada vez mais próximo.

Para maiores informações:

Fundo de hidrogênio
Relatório sobre energia renovável
Projeto piloto