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Uruguai criou teste para a detecção do COVID-19
O país também sequenciou todo o genoma em pacientes locais.
Data de publicação: 02/04/2020
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Em tempo recorde, o Uruguai conseguiu responder aos desafios colocados pela pandemia global COVID-19, demonstrando mais uma vez o empenho e a liderança dos seus profissionais científicos.
Na sequência do acordo assinado entre o Ministério da Saúde Pública (MSP), a Universidade da República (UdelaR) e o Instituto Pasteur de Montevideo, foi desenvolvido um teste para detectar casos positivos de coronavírus, que começará a ser aplicado esta semana. Dirigida pelo Dr. Gonzalo Moratorio, uma equipa de investigadores do Laboratório de Virologia Molecular da Faculdade de Ciências da UdelaR e do Laboratório de Evolução e Experimentação de Vírus do Instituto Pasteur, activou o seu talento e convicção para enfrentar a actual situação de saúde.
O talento dos profissionais nacionais, as suas instituições científicas reconhecidas internacionalmente e um ecossistema sinérgico que favorece a investigação são algumas das qualidades que distinguem o Uruguai na região e no mundo. O país tornou-se um pólo de inovação escolhido por prestigiados institutos de investigação e centros de I&D. Com um forte apoio governamental, ampla disponibilidade de recursos humanos especializados e um quadro regulamentar apropriado, o país é chamado a ser um líder no sector das ciências da vida.
O teste irá expandir substancialmente o acesso ao diagnóstico COVID-19. De acordo com uma declaração divulgada pela instituição, o seu desenvolvimento poderia fornecer o mercado local e ter um impacto positivo nos custos de diagnóstico. Além disso, a aplicação de diagnóstico será gratuita "para toda a população que necessite deste estudo para indicação médica e com a correspondente autorização técnica", detalha a comunicação oficial.
Em resposta à proposta da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Uruguai reforçou a sua resposta institucional e será incluído na lista das nações com maior capacidade de diagnóstico no mundo. O procedimento desenvolvido pelos investigadores uruguaios será aplicado em vários laboratórios do país e permitirá a realização de 1000 testes por dia, segundo o presidente do Conselho Nacional de Saúde (Junasa), Luis González Machado, como indicado numa nota datada de 24 de Março. Isto significa uma estimativa de 290 testes por dia por milhão de habitantes, o que coloca o Uruguai ao nível dos países reconhecidos pela sua estratégia bem sucedida de combate ao vírus, como a Alemanha e a Coreia do Sul.
Graças ao trabalho dos seus cientistas, o Uruguai conseguiu enfrentar a expansão do vírus e, assim, evitar a falta de insumos para a sua detecção.
Cientistas uruguaios estudam a COVID-19 para melhorar a gestão da epidemia
O Institut Pasteur de Montevideo deu mais um passo na estratégia nacional de luta contra a pandemia COVID-19 e sequenciou os primeiros genomas completos da SRA COVID-19 de 10 pacientes com COVID-19 no Uruguai.
De acordo com a declaração oficial da instituição, o estudo utilizou a tecnologia Oxford Nanopore. A análise é muito útil na situação actual, porque permitirá conhecer o local de origem das estirpes que entraram no país e determinar se existem actualmente diferentes variantes do coronavírus no Uruguai. Estes dados são úteis porque permitem saber como gerir o encerramento das fronteiras, saber que variantes do vírus se encontram no país, ajudando a gerir os cuidados de saúde e a ver se as medidas de control estão a ser tomadas a tempo.
Outra conquista do Instituto Pasteur foi a criação de um monitor de vírus no Uruguai, desenvolvido pelo Laboratório de Genómica Microbiana. O seu objectivo é "fornecer informações facilmente interpretáveis, precisas e actualizadas sobre a situação epidemiológica da COVID-19 no Uruguai". Para saber mais sobre o Monitor COVID-19 no Uruguai, clique aqui.
Embora ainda haja fases desta crise, o Uruguai aposta mais uma vez no seu talento e capital humano altamente qualificado, reconhecido mundialmente como um dos activos mais valiosos do país quando se trata de mostrar a sua singularidade na indústria farmacêutica, na investigação e na tecnologia.